Para quem desconhece o passado o futuro tende a repetí-lo... Uma estranha forma de começar esse post mas no Rio essa vem sendo a verdade em pelo menos um aspecto.
Uma das mais frequentes queixas que os estrangeiros fazem a cidade do Rio é a sujeira. Lixo mesmo e pessoas urinando nas ruas... E com a aproximação do carnaval o "bloco do mijões sempre ganha mais e mais foliões". Na verdade o mijão de rua faz parte do folclore do Rio.
Mais um prefeito, agora o Eduardo Paes e sua operação choque de ordem, diz que vai combater os mijões. Ora muitos prefeitos anteriores já afirmaram isso e tentaram mas vamos ser sinceros, sem nenhum sucesso ! E será por arrogância ou por estarem próximos a um banheiro ?
Se andarmos pelas praias da Barra, Ipanema, e Leblon e Copacabana (fora as demais que não cito...)constataremos que todos os quiosques e vários ambulantes vendem cerveja e outras bebidas alcoólicas. Cerveja é diurético e quem bebe algumas com certeza irá precisar de um banheiro. Aí começa o drama: salvo partes da praia de Copacabana com novos quiosques, só existem banheiros (e apenas um masculino e feminino, com uma pessoa por vez) nos postos de salvamento que ficam a 800 metros um do outro. Ou seja, alguém "apertado" precisará andar até 400 metros e somente se der muita sorte encontrará o banheiro vazio.
Um homem vendo aquele coqueiro "discreto e amigo" provavelmente não pensará duas vezes no que fazer. Já uma mulher ficará em maus lençois. O autor desse post inclusive conhece várias que não bebem na praia devido a falta de banheiro. Nem sempre estão com trajes apropriados para dar aquele "salvador mergulho no mar"...
Pois bem: como combater os mijões se não há banheiros públicos nas praias (e outros lugares) em quantidade suficiente e limpos ? Essa pergunta deveria ser óbvia na cabeça de nossos prefeitos mas parece que salvo alguns, sempre houve um bloqueio coletivo
No entanto, já houve prefeitos no Rio que se preocuparam com a falta de banheiros públicos. A foto abaixo é de 1923, na praia de Copacabana, e mostra uma série de cabines de madeira, permanentes, dotadas de sanitários, para moças trocarem de roupa e irem a praia - uma solução bastante digna para a tecnologia da época. Havia também cabines para homens.
Estranhamente essas cabines sumiram e, salvo os novos quiosques de Copacabana, os banheiros públicos nas praias continuaram limitados aos postos.
Recentemente e apenas em caráter eventual, quando ocorrem shows, a prefeitura instala cabines químicas como as da foto ao lado.
Reparem que até a aparência dessas cabines atuais é semelhante as da foto de 1923.
Só falta nossos prefeitos perceberem que essas cabines (ou outra solução adequada) tem que ser instaladas em caráter permanente nas praias e no resto da cidade, como Alaor Prata o fez em 1923 quando na prefeitura.
Na maior parte do passado não houve essas cabines e os mijões proliferaram. Se o nosso atual prefeito desconhecer isso, estará condenado a repetí-lo e não dará jeito nos mijões...
Um comentário:
VALE LEMBRAR QUE NAQUELA ÉPOCA HISTÓRICA, NÃO HAVIAM, "CRACKUDOS", CASAIS DESREIPETOSOS, TANTOS TROMBADINHAS E TANTOS VICIADOS EM VÁRIOS TIPOS DE DROGAS...O Q HOJE EM DIA SE VÊ COM TANTA NATURALIDADE PELAS RUAS, IMAGINE SE HOUVEREM "BANHEIROS PÚBLICOS", PARA QUE ELES POSSASM SE "OCULTAR" OU SE "eSCONDER", ACREDITO EU QUE ALGUMAS DESTAS PESSOAS ENTENDERIAM QUE AQUILO SERIA ATÉ UMA FORMA DE SE TORNAR UMA RESIDENCIA "FIXA"...PENSE BEM!
Postar um comentário