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30 de setembro de 2009

Os ambulantes e camelôs de ontem, parte 2 - Fotos do rio antigo

Continuando o post anterior sobre ambulantes e camêlos do passado do  Rio, segue mais algumas fotos de pessoas em suas atividades, todas tiradas por Marc Ferrez por volta de 1895.

Vendedor de bengalas e guarda-chuvas em 1895. Ambulantes vendendo guarda-chuvas continuam existindo  em grande quantidade principalmente durante um temporal no centro do Rio quando parecem surgir do nada. Nota-se que até mesmo as roupas dos ambulantes eram muito mais formais antigamente do que hoje em dia.



Hoje já não é tão comum mais ainda vemos ambulantes vendendo alho e cebola, principalmente em áreas com menor nível de renda.



Dos ambulantes de antigamente, talvez o cesteiro seja o que menos sobreviveu. O plástico, derivado do petróleo, muito mais barato e industrializável, quase acabou com esse ofício apenas presente em feiras artesanais. Com o aumento da preocupação com o meio ambiente e sendo o plástico um dos grandes vilões da poluição ambiental, é provável que o ofício de cesteiro volte a florecer no Rio de Janeiro. Afinal a cesta é ecologicamente correta enquanto o plástico não.


24 de setembro de 2009

Lapa em 6 tempos - Fotos do Rio antigo

A série de gravuras que estão expostas abaixo é conhecida de muitos cariocas. Ela mostra a evolução da Lapa desde 1758 até os dias atuais.

Infelizmente não sei o nome de quem fez as gravuras. Já vi algumas delas expostas tais como quadros em alguns estabelecimentos. A única vez que eu vi um local vendendo-as foi em uma banca de jornal no Largo da Carioca. Por sinal, bem caras.


Lapa  como seria em 1758








Uma suposição da Lapa em 1840








Lapa em 1906

Lapa em 1958 - nos tempos de Madame Satã

Lapa em 1988

Lapa atualmente, um lugar onde a vida noturna do Rio acontece

Ressaca quase no obelisco da Avenida Rio Branco - Fotos do Rio Antigo

A Avenida Rio Branco sofreu grandes transformações no período de um século para cá. Até seu nome era diferente: Avenida Central.

Antes do aterro, que distanciou a baía de Guanabara uns 200 metros do fim da avenida Rio Branco, o mar batia muito próximo do obelisco que existe até hoje nela. Ressacas sempre foram frequentes no Rio de Janeiro.

Na primeira foto, de 1919, vemos uma das ressacas e o obelisco:




Na segunda foto, novamente uma ressaca perto de onde está o obelisco na Avenida Rio Branco. Não dá para precisar a data certa dessa foto, mas nota-se no quanto direito andaimes usados na construção do Palácio Monroe.



Avenida Francisco Bicalho e rodoviária Novo Rio - Fotos do Rio Antigo

Essa foto é uma preciosidade do acervo histórico da Light. Mostra a Avenida Francisco Bicalho entre 1918 e 1920. Naquela época só existia o Gasômetro (existe até hoje mas se encontra desativado) e pouquíssimas construções ao redor.

Não existia nem sombra do que veria ser a Rodoviária Novo Rio, que só seria inaugurada em 1965. A rodoviária do Rio era o Terminal Mariano Procópio, na Praça Mauá, bem ao lado do atual prédio da Polícia federal. Para quem conhece esse terminal dá para perceber que, mesmo com muitos menos ônibus do que atualmente, ele era um caos. O falecido cartunista Carlos Estêvão (1941-1972), da revista O Cruzeiro, fazia piadas com o caos nos transportes coletivos cariocas. já naquela época




21 de setembro de 2009

Os ambulantes e camelôs de ontem - Fotos do rio antigo

Em relação aos ambulantes e camelôs a população do Rio parece apenas ter dois sentimentos para eles: ou ama-os ou odeia-os.

Existem bons e maus argumentos para cada desses dois sentimentos. Nosso objetivo aqui não é criticá-los e sim mostrar que os ambulantes e camelôs estão há muitos anos presentes na história do Rio de Janeiro. Por isso talvez a existência até hoje deles nas nossas ruas.

As fotos abaixo foram tiradas por Marc Ferrez por volta de 1895:

Mascate do Rio antigo- o atual camelô do Rio atual:



Amolador de facas e tesouras do rio antigo - ainda hoje presente em nossas ruas


Vendedores de aves do Rio antigo - os quiosques que ainda restam na cidade onde são vendidos frangos e miúdos são um resquício desse tempo.


Funileiro no Rio antigo - hoje não vemos mais pelas ruas mas era assim que nossos avos compravam e consertavam panelas:


15 de setembro de 2009

Vista Chinesa ontem e hoje - Fotos do Rio antigo

Existem algumas controvérsias a respeito da origem do mirante da Vista Chinesa. A versão abaixo é provavelmente a mais plaúsivel existente.

"Sabe-se que desde 1856 o Jardim Botânico estava ligado ao Alto de Boa Vista por uma estrada carroçável, aberta por influência do Barão do Bom Retiro e cuja execução e manutenção foi contratada a Thomas Cochrane. Registra a crônica da idade que, nessa obra, foram empregados trabalhadores "cules" trazidos de China (Macau) para desenvolver a lavoura do arroz , mas que, não tendo demonstrado qualquer habilidade para a agricultura, foram aproveitados na construção da estrada. Essa região apresenta uma assombrosa coincidência de presença chinesa, iniciada com a vinda dos plantadores do chá de D. João VI.

Depois do fracasso dessa lavoura, segundo Brasil Gerson, os chineses se teriam espalhado "pelas fraldas da Tijuca". Em 1844 um mapa da área registra uma edificação denominada "Casa dos Chinas", provavelmente um resquício dessa primitiva experiência. Essa "vocação" provavelmente explica por que a Prefeitura (o prefeito Pereira Passos, em 1903, com projeto do arquiteto Luis Rey, em argamassa copiando o bambu) edificou ao margem dessa estrada, anos mais tarde, um pavilhão denominado "Vista Chinesa', que ainda pode ser visitado." (texto extraído da Wikipedia)

Foto de Augusto Malta em 1906
Foto de Henrique Cavalcanti em 2008

Igrejinha de Copacabana - fotos do Rio antigo

Onde é o Forte de Copacabana ficava a Igrejinha de Copacabana. Foi demolida em 1918 para dar lugar ao forte de Copacabana.

 A imagem de Nossa Senhora de Copacabana, que deu nome ao bairro foi levada pela família Tefé para Corrêas, Petrópolis.

Não se sabe ao certo quando a Igrejinha de Copacabana foi fundada e construída. Existem documentos mostrando que em 1732 o bispo frei Antônio de Guadalupe, estando ela em ruínas, pedia consertos no telhado, paredes, etc..

A foto foi tirada por Marc Ferrez em 1895.

O futebol no Rio de Janeiro, Fluminense - fotos do Rio antigo

A adoção do futebol no Rio de Janeiro coube a Oscar Cox, em 1897. Como não existia campo apropriado e quase nenhum praticante, pouca se usou a bola que ele encomendou na Europaa iniciativa de sua adoção.

Somente em 1902 nasceu o primeiro clube de futebol carioca. O Fluminense Football Club. Apesar do pioneirismo, hoje o Fluminense está quase sendo rebaixado para a segunda divisão do campeonato brasileiro e com poucas chances de reverter esse quandro até o fim do ano.

A foto abaixo mostra o campo das Laranjeiras, pertencente ao Fluminense como era antigamente. Infelizmente não dá para precisar a data da foto.

O convento da Ajuda na Cinelândia - fotos do Rio antigo

Muitas vezes o "céu e o inferno" estão muito próximos no Rio de Janeiro. Ou então até mesmo no mesmo lugar, apenas em épocas diferentes.


Hoje quem toma um chopp na Cinelândia não consegue imaginar que exatamente onde estão os bares já houve o Convento da Nossa Senhora da Conceição ou mais conhecido como Convento da Ajuda.


Esse convento foi inaugurado em 1750. Em 1911 foi demolido com a finalidade de ser construído um luxuoso hotel no local. Esse hotel nunca chegou a ser erguido mas em compensação vários prédios surgiram, como o Cinema Odeon.


A foto abaixo é de 1907, mostrando o convento da Ajuda e o também já demolido Palácio Monroe.


O Zeppelin no Rio de Janeiro - fotos do Rio antigo

O Rio de Janeiro fui possivelmente um dos destinos das viagens dos Zeppelins da Alemanha. Ele pousava no Campo dos Afonsos e depois em Santa Cruz. Esses sobrevôos tinham função de propaganda e com certeza cumpriam o seu objetivo. Quem viu, nunca mais esqueceu. A superioridade da engenharia alemã ficava demonstrada com esse vôos.
Quando mencionei que o Rio foi possivelmente um dos destinos isso ocorreu porque existe uma divergência de opiniões. Alguns dizem que o destino final era Buenos Aires, na Argentina, ou o  Uruguai ou que eles fizeram apenas viagens esporádicas para esses países sendo o destino o Rio mesmo.
O hangar dos Zeppelins em Santa Cruz. Na foto vemos o famoso Hidenburg em 1935 na entrada da hangar, que existe até hoje. O Hidenburg, em 1937 após um vôo transatlântico, pegou fogo em Lakehurst nos Estados Unidos matando 35 das 97 pessoas a bordo.

O ferry boat e a barca da Cantareira para Niterói - fotos do Rio antigo

Hoje ir à Niterói de carro é algo bastante trivial para um grande número de cariocas, bastando pegar a ponte Rio-Niterói. De preferência, em um horário em que ela não esteja engarrafada.


No entanto, nem sempre foi assim. A ponte só foi inaugurada em 1974. Existiam antes desse ano duas alternativas para se chegar a Niterói de carro: por Magé, num percurso de quase 100 km, ou então pelo ferry boat, a balsa que saia da Praça XV levando carros e caminhões.


A foto abaixo é do Ferry boat para Niterói em 1970. Já era mais "moderno". Como muitos pessoas mais idosas ainda se referem à barca para Niterói como "barca da Cantareira" segue logo abaixo uma foto dela, em 1950.

Ferry boat para Niterói em 1970
"Barca da Cantareira" em 1950 saindo da Praça XV


Para quem já foi a Porto Seguro e enfrentou as grandes filas que se formam para pegar a balsa para Arraial da Ajuda e vice-versa, tente imaginar repetir esse processo para os cerca de 110.000 veículos/ dia que passam pela ponte atualmente, num percurso na água umas 30 vezes maior...

Hoje seria inimaginável considerar a ligação Rio-Niterói sem a ponte. Amanhã, quem sabe, o mesmo poderá ser dito sobre uma ligação de trem ou metrô...

8 de setembro de 2009

Bois e vacas na praia do Pepe - Rio Antigo

A foto abaixo, tirada em 1972, mostra como foi o rápido o desenvolvimento da Barra da Tijuca. Até esse ano era não só imaginável, como perfeitamente natural que transitassem bois e vacas em frente a Praia do Pepe, hoje um dos pontos mais badalados da Barra da Tijuca.

Hoje seria completamente impensável pensar em bois e vacas no local. Salvo as que a prefeitura alguns anos atrás autorizou que fossem colocadas ao longo da orla do Rio de Janeiro.

6 de setembro de 2009

Barra da Tijuca - especial Rio antigo

Hoje a Barra da Tijuca talvez seja o bairro que mais cresce na cidade do Rio de Janeiro. No entanto nem sempre foi assim e até bem pouco tempo atrás, na verdade, praticamente ficou parada no tempo.

A Barra da Tijuca ficou praticamente isolada do restante da cidade por cerca de 400 anos, considerando a fundação do Rio de Janeiro em 1565. O principal determinante para esse isolamente de séculos foi a dificuldade de acesso, já que a Barra é rodeada por montanhas altas e de difícil transposição além de um bom pedaço ter sido alagado e pantanoso.



Sua ocupação só começou de forma mais efetiva em 1939, a partir da construção da primeira ponte sobre a lagoa da Tijuca. O acesso tornou-se mais fácil para quem via da Zona Sul com carro, após passar pela Avenida Niemmeyer, Estrada da Gávea e por fim pela Estrada do Joá.

Água, telefone, gás, rede de esgoto, nada disso havia. Até o fornecimento de energia elétrica era precário.

Aos poucos os moradores mais aventureiros da Zona Norte, sobretudo Tijuca e Grajaú, começaram a frequentar com mais frequência as paias da Barra e foram superando as dificuldades dos caminhos das estradas de Furnas, das Canoas, da Gávea Pequena, e da Grajaú-Jacarepaguá.

Nessas excursões, alguns começaram a adquirir terrenos nos loteamentos que ficavam nas imediações da 1a. ponte sobre a lagoa, onde hoje conhecemos como Jardim Oceânico. O restante da Barra da Tijuca continuava um imenso deserto de pessoas. A comunicação era muito complicada entre a Barrinha e o Recreio dos Bandeirantes. O Recreio dos Bandeirante, por mais incrível que pareça hoje, já era acessível desde 1920 e por isso tinha mais construções do que o restante da Barra.


No entanto o crescimento urbano da cidade do Rio de Janeiro chamou a atenção para o "sertão carioca". E daí começa a história da Barra tal como a conhecemos hoje. Por volta de 1950 começam a surgir planos para a ocupação da Barra da Tijuca. Na época o Governo do estado da Guanabara encarrega o arquiteto Lúcio Costa de elaborar um plano piloto


O blog Rio antigo vai fazer uma série de postagens sobre a Barra da Tijuca, para mostrar um pouco do passado do bairro que hoje é conhecida como a "Miami carioca". Encante-se.