Alguns lugares do Rio de Janeiro são difíceis de imaginar sem as enormes intervenções urbanas que sofreram ao longo da história. Um deles, com certeza, é o bairro do Flamengo.
Segundo informações coletadas na Wikipedia “a orla original apresentava uma conformação recortada, com pequenas enseadas aqui e ali, como a Praia do Russel (na altura do atual Hotel Glória), ou o Saco do Alferes.”
Ainda segundo a Wikipedia “as primeiras obras de aterramento da região remontam ao início do século 20, quando foram construídas a Avenida Beira-Mar, a Praça Paris e a avenida da Praia do Flamengo. O desmonte gradual doMorro do Castelo forneceu material para novos aterros na região central, como o do Aeroporto Santos-Dumont.
Consegui uma foto do Flamengo em 1950 que mostra algumas das mudanças acima mas não o aterro, tal como hoje o conhecemos:
o Aterro do Flamengo tal como o conhecemos hoje foi construído com o material oriundo do desmanche do morro de Santo Antônio. O morro abrangia parte da atual Avenida República do Chile, com limites ao longo das Ruas do Lavradio, Carioca, Senador Dantas e Evaristo da Veiga.
O interessante é que no morro do Santo Antônio surgiu uma da primeiras favelas cariocas tal como no morro da Providência. Hoje se pode ver vestígios do morro olhando do Largo da Carioca para o prédio do BNDES – a elevação segue até a Rua do Lavradio.
Na década de 1950, a maior parte do morro foi destruída para fornecer material para um aterro, na época destinado às cerimônias do XXXVI Congresso Eucarístico Internacional. Essa área posteriormente foi ocupada pelo Monumento aos Pracinhas e pelo Museu de Arte Moderna.
A foto abaixo é do final da década de 1950 mostrando a construção do Monumento aos Pracinhas bem como dos primórdios do parque do Flamengo.
Anos depois foi executada a parte principal do aterro. O entulho retirado do morro foi sendo despejado no mar, formando desde o pontal do Calabouço até o Morro da Viúva uma comprida restinga de pedras, formando uma laguna que a seguir foi aterrada, formando o que hoje conhecemos como a Praia do Flamengo.
Não havia previsão da construção de de um parque, apenas de vias expressas. Atribui-se a mudança dos planos, para a construção de um parque à à paisagista Carlota de Macedo Soares, amiga do governador do Estado da Guanabara Carlos Lacerda.
E felizmente foi feito – hoje temos um parque urbano belíssimo:
2 comentários:
Sinceramente, ficou muito mais bonito agora no futuro.
Mas, não sei se o pessoal do passado acreditava nisso.
Como a questão da vacina. Eles não acreditavam nas boas intenções de Rodrigues Alves com base nas vacinas de Pasteur.
A resistência a tecnologia é uma coisa muito triste. O tempo passa e as coisas parece que se repetem.
Como se a mentalidade do Brasil vivesse sempre no início do século, principalmente no Rio.
Amei as fotos, mas estou precisando muito de fotos do MAM antes e depois. Você teria alguma, estou fazendo um trabalho sobre isso... e estou morando longe do Rio. Meu coração sempre estará nessa nossa cidade maravilhosa! Aguardo.
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