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18 de dezembro de 2009

Choque de ordem, Orla Rio, Rodrigo Bethlem - algo não cheira nada bem

Vocês podem estar se perguntando o que uma postagem com esse título tem a ver com um blog para divulgar fotos do Rio antigo. A verdade é que nada. Mas como o que a Prefeitura do Rio, com o "choque de ordem" do Sr. Rodrigo Bethlem tentou fazer na  "nova" regulamentação dos barraqueiros da praia é quase uma indecência, vale a pena mencionar aqui porque isso vai entrar para a história da cidade como uma das maiores tentativas de usar o poder público para benefício próprio.

Vamos aos fatos:

O prefeito Eduardo Paes junto com seu secretário Rodrigo Bethlem decidem estender a operação choque de ordem aos barraqueiros da areia das praias do Rio - existem muitas coisas erradas e ilegais praticadas por alguns deles sim. Mas grande parte acontece por falta de fiscalização da prefeitura, desde o início do ano comandada por esses senhores:
  • o comércio de alimentos em palitos já era proibido há muitos anos;
  • da mesma forma a venda de alimentos manuseados ou preparados na areia já era proibida;
  • a presença de animais na praia já era proibida;
  • a venda de produtos falsificados já era proibida;
  • o consumo de bebidas em garrafas de vidro já era proibido;
  • deixar a barraca montada na areia de um dia para o outro já era proibido
Ou seja, todos os motivos levantados para essa operação choque de ordem já eram proibidos. Na verdade se acontecia era por falta de fiscalização e desde o início do ano de 2009 os senhores Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem são os responsáveis por ela. Porque eles não fiscalizaram ? Porque era preciso uma operação choque de ordem com toda a "pirotecnia" que envolve elas?

É agora que entram na história a Orla Rio, o senhor João Barreto, seu filho João Marcello Barreto da Costa e uma entidade chamada Pró-Rio.

A Orla Rio é uma entidade que detém por concessão da prefeitura o monopólio da exploração dos 309 quiosques existentes entre o Leme e o Recreio. É comandada pelo senhor João Barreto, cuja riqueza contrasta com a pobreza de muitos quiosqueiros. Se alguém já se perguntou porque o preço do coco, da cerveja ou do refrigerante parece ser tabelado nos quiosques a resposta para isso se chama Orla Rio e João Barreto. Também se se perguntou porque alguns são tão mal cuidados e com aparência de falta de capricho, novamente essa é a resposta.

A concessão da exploração dos quiosques pela Orla Rio, embora não feita pelo Eduardo Paes, é um dos atos mais imorais da história do Rio. Nunca houve licitação para isso e é um negócio que movimenta milhões por ano. O Ministério Público deveria olhar com muita atenção essa concessão, que parece ser completamente contrária ao interesse dos cariocas.

Pois bem, não satisfeito em faturar seus milhões com o monopólio da exploração dos quiosques, o senhor João Barreto e sua Orla Rio queriam estender seus tentáculos para as areias das praias e monopolizá-las totalmente. Em troca desse monopólio um possível apoio e verba ano que vem a candidatura de Rodrigo Bethlem a deputado federal.

Como conseguir isso? Com uma operação choque de ordem de fachada que, ao criar um novo padrão de barracas, caixas térmicas e operação diária geraria uma despesa praticamente impagável aos atuais barraqueiros, seria bancada pela "iniciativa privada" do senhor João Marcello Barreto da Costa, filho do João Barreto. Em troca de sua generosidade os barraqueiros apenas poderiam comprar mercadorias com a entidade criada por ele há cerca de um mês atrás, a Pró-Rio. Monopólio nos quiosques e nas barracas da areia com preços altos e grande lucros para poucos...

Os detalhes dessa indecência:

A barraca, as caixas térmicas, cadeiras e guarda-sóis de alugar não podem ter propaganda de fornecedores. Há apenas um fornecedor para elas (e aí Ministério Público...)  Nenhuma empresa se interessaria em patrocinar se não puder divulgar suas marcas. Apenas  aquela que ganharia dinheiro com o monopólio. Sabem qual o nome da entidade que se firmou convêncio com a prefeitura para bancar isso e alega ter gasto até agora R$ 1,5 milhões: Pró-Rio cujo presidente é o senhor João Marcello Barreto da Costa, filho do João Barreto, "dono" da Orla Rio. Ah, o João Marcello também é vice-presidente da Orla Rio....

A Pró-Rio é digna do senhor Rodrigo Benthlem se envergonhar por ter firmado um convênio com ela. Ela foi constituída há pouco mais de um mês e o endereço dela é... o mesmo da Orla Rio ! Pergunte aos cerca de 800 barraqueiros quem a conhece você contará em uma mão o número. Mesmo assim ela diz ter sido convidada pelas 4 associações de barraqueiros existentes a "colaborar" com elas. O mais interessante é que nenhum barraqueiro sabe dos termos do convênio assinado entre as as associações, a Pró-Rio e a Secretária Especial de Ordem Pública.

Os barraqueiros podem não saber mas o senhor João Marcelo sabe muito bem. O mais importante é que os barraqueiros apenas poderiam fazer a carga e descarga de mercadorias entre as 06:00 e as 07:00 da manhã, ou seja eles apenas poderiam comprar de outros fornecedores nesse horário. Fora desse perído a compra só poderia ser feita em unidades da Pró-Rio, controlada pelo João Marcello. Quem anda na praia logo cedo pela manhã sabe que são raríssimos os barraqueiros que começam a montar suas barracas nesse horário até por questões de segurança.

Eis aí como o senhor João Marcello, Pró-Rio, João Barreto, Orla Rio, Rodrigo Bethlem iriam monopolizar inteiramente o comércio nas praias e possivelmentes apoio e verbas para uma candidatura a deputado federal.

E apenas para quem ler ter noção da indecência que o Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem se envolveram, espero que por engano: uma pessoa procurada pela Pró-Rio (ou seria Orla Rio...) para ser responsável por uma das unidades do Leblon (a que chamaram de "UA") afirmou que ele pegaria a caixa com 12 cervejas em lata na Pró-Rio a R$ 13,00 e só poderia vender aos barraqueiros a R$ 16,80. Em troca dos "serviçcos prestados" ganharia uma barraca na areia. Ou seja o Prefeito e o Secretário Especial de Ordem Pública aparentemente deixaram uma entidade privada tomar decisões públicas que lhe beneficiam. A custo de quê? Incompetência, interesses particulares envolvidos, etc ? Cabê ao Ministério Público, através da promotora Gláucia Santana, da 5a. Promotoria de Justiça e Cidadania do Ministério Público Estadual respoder.

Promotora, dê um choque de ordem no Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem pois aparentemente eles bem merecem...

Uma indecência feita nas coxas

Para que esse monopólio gere o maior lucro à Pró-Rio (ou Rio Orla...) era preciso que fosse implantado rápido. E foi isso que eles tentaram fazer aparentemente com todo o apoio da prefeitura.

O problema é que faltavam os novos modelos de barraca, caixas térmicas e pouco se atentou para a operação logística bem como para as condições particulares da praia piloto para implantação, o Leblon. Além disso entraram várias frentes frias nas primeiras semanas de dezembro: se o tempo não ajudou o carioca a ir a praia com certeza contribui bastante para desmascarar essa indecência orquestrada pela Pró-Rio e Orla e Rio e apoiada pela Secretária Especial de Ordem Pública.

A Secretária de Especial de Ordem Pública "forçou a barra" para que os barraqueiros montassem suas barracas no início de dezembro apesar do tempo ruim. Serviria de propaganda. Só que uma propaganda negativa porque foi feito "nas coxas": viam-se pouquíssimas barracas do modelo novo e caixas térmicas. A maior parte dos barraqueiros estava usando seus isopores antigos e uma barraca nova do modelo antigo.

A "novidade" é que eles não precisariam desmontar as barracas à noite como há anos é feito. Haveria segurança para isso e as mercadorias poderiam ficar ali "seguras". Uma decisão equivocada: desviaria policiais e guardas municipais para tomar conta de barracas ao invés de patrulhar a cidade que já tem grandes índices de violência. Além disso reparem as fotos das barracas à noite na praia, enfeiando a paisagem. Essa foto foi tirada no dia 12/12/2009 no Leblon. O que está escrito abaixo aconteceu após essa data


Com as várias frentes frias que entraram em dezembro, o mar ficou de ressaca. O trouxe à tona mais um amadorismo de quem orquestrou essa operação.

Qaundo o mar fica de ressaca no Leblon ele varre a praia toda, muitas vezes chegando a calçada e as pistas de carros. É evidente, para quem conhece a praia do Leblon,  que ele carregaria barracas, cadeiras, guarda-sóis que foram deixados na areia a pedido e sobre a responsabilidade da Secretária Especial de Ordem Pública.

Como alguém da Secretária percebeu que isso ocorreria, determinou aos guardas municpais que movessem todas as barracas e apetrechos para perto da calçada. Se a aparência estava ruim piorou muito com essa medida. Além disso, para falar a verdade, os guardas municipais não tiveram nenhum capricho com essa movimentação...

O que era um choque de ordem tornou-se uma tremenda bagunça sobre a supervisão da Secretária Especial de Ordem Pública. Então novamente alguém determina que recolham todas as barracas em caminhões para não deixá-las perto da calçada. Como o tempo estava chuvoso pouquíssimos barraqueiros estavam presentes quando isso foi feito. Não houve controle de qual e quanta mercadoria estava em cada barraca.

Se houve ou não furto e desvio quando dessa remoção  pela guarda municipal, sem acompanhamento dos barraqueriros, não podemos afirmar. O fato é que inúmeros deles estavam reclamando disso e que ninguém da Secretária Especial de Ordem Pública queria se responsabilizar por esse suposto desvio ou furto.

Quando escrevo hoje, após ler algumas matérias no Jornal o Globo, a promotora Gláucia Santana instala inquérito civil para apurar as possíveis irregularidades nessa operação choque de ordem e convênio sem licitação. Vamos aguardar os resultados.

Um breve comentário sobre a operação choque de ordem

Um ditado antigo diz que em casa de ferreiro espeto é de pau. Pois bem a Secretária Especial de Ordem Pública age exatamente dessa forma. Reboca carros irregulares mas estaciona os seus descaradamente em cima das calçadas para que fiquem na sombra. Qual o motivo dessa pick-up, placa HMI-4982  estar parada dia 17/12/2009, as 10:30 na calçada do Jardim de Alah que não ficar na sombra?




E aí Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem ? Que tal um choque de ordem em vocês...


5 comentários:

Anônimo disse...

Por que o lixo de uma empresa gigantesca como a "Orla do Rio" é retirado pela COMLURB.oU SEJA, NÓS É QUE PAGAMOS E ELES É QUE SÃO OS GRANDES GERADORES

Anônimo disse...

DEPOIS DO SENHOR CONSEGUIR TODOS OS VOTOS DO POVO OTÁRIO DE PADRE MIGUEL,DIZENDO QUE IA ACABAR COM AQUELA BAGUNÇA DO PONTO CHIC,E CONSEGUIR O QUE QUERIA,TUDO BEM,MAIS A BAGUNÇA CONTINUA,DEPOIS VOCES DIZEM QUE A GENTE TEM QUE ACREDITAS NOS GOVERNANTES,MAIS COMO,SE VOCES MESMO FAZEM A MERD.....TODA ,NÓS CONTINUAMOS A TER QUE AGUENTAR A BARULHEIRA DE MÚSICAS ABUSIVAS,O CREIRO FÉTIDO DE URINA E FEZES NA NOSSA PORTA E NEM PODEMOS CURTIR O DOMINGO,NÃO TEMOS NEM CONDICÕES DE SAIR COM CRIANÇA NA RUA NEM NADA,FORA O USO D DROGAS NA NOSSA PORTA,O LIXO QUE DEIXAM,TUDO EM VÃO,CADÊ O CHOQUE DE ORDEM QUE FOI PROMETIDO TODO DOMINGO,TUDO MENTIRA,NINGUÉM AGUENTA MAIS ISSO,ESSA PARAFERNÁLIA QUE VOCES PROMETEM E NADA FAZEM.CHEGA DE BLÁ BLÁ E VAMOS PARTIR PARA AÇÃO,EU ACHO QUE ELES MANDAM MAIS QUE VOCES.

Anônimo disse...

EIS A QUESTÃO "O CERTO VIROU O ERRADO E O ERRADO VIROU O CERTO", ESSE É O NOSSO BRASIL, CANALHAS USURPADORES, VAMPIROS DE PLANTÃO NO GOVERNO.

Anônimo disse...

as pessoas falam muito besteira! principalmente sem conhecimento! Ninguém paga pelo lixo gerado pelos quiosques! E sim o próprio operador arca mensalmente com a sua taxa de lixo!!!!

Anônimo disse...

Devemos ter a consciência de expressarmos nossa opinião se tivermos conhecimento do assunto.
Li depoimentos de pessoas totalmente ignorantes ao assunto referido.